"Prezado Marlon,
Escrevo para esse e-mail porque não sou tão moderna assim com essas coisas de blog, é difícil... hehehe...
Meus
cabelos são pretos, crespos, volumosos e os fios extremamente finos.
São um pouco melhores do que os da Taís de Araújo e próximos aos da
Camila Pitanga. Deve ser um meio termo se comparado às duas. Na frente,
na região da testa ele é cheio de frizz, é curto, com aspecto
quebradiço. A parte de trás é a que me agrada muito, composta por cachos
que pessoalmente acho lindos.
Há vinte anos relaxo o cabelo e
sempre ocorrem períodos "sabáticos " nos quais fico uns 4 a 6 meses sem
fazer química. Sinto muita raiva, pois os cabelos ficam quebradiços,
caem muito, sem falar naquela sensação de derrota e decepção porque o
relaxamento dura exatamente 20 dias. Já usei tudo quanto é produto desde
os mais caros (dos salões) ao mais baratos (dessas lojas de
cosméticos), transito salões dos mais caros aos mais simples e aquela
sensação de desânimo ocorre em ambos.
Cada um prescreve uma receita, um produto milagroso, chega a ser frustrante. Há tantas opções que a gente nem sabe o que comprar e por fim acaba comprando algo que não provoca o efeito esperado.
Há 7 anos atrás fui a um salão de renome na minha cidade e o cabeleireiro dono daquele local me disse que após os 25 anos de idade os cabelos não crescem mais com tanto vigor do que quando éramos jovens. Ou seja, ele disse que meus cabelos permaneceriam naquele tamanho e ponto final. Se eu quisesse ter cabelos compridos deveria pôr mega hair.
Me senti tão sem esperança e triste porque fui convencida de que a minha juba nunca mais voltaria. Tomei um banho de água fria. E então eu acreditei que ele tinha razão mesmo porque meus cabelos estacionaram na altura do ombro depois que deixaram de ser virgens. Gostaria que crescessem até às costas, como era antigamente.
E por incrível que pareça pus megahair com outro profissional e usei durante dois anos. Desisti porque meu cabelo caia muito e no lugar onde o mega hair estava colado, juntou um monte de coisinha branca, tipo caspa. Larguei aquilo e tirei tudo, apesar de visualmente ter ficado legal.
Neste momento estou há 6 meses sem fazer relaxamento novamente, de novo decepcionada. Hidrato o cabelo a cada 15 dias, mas apesar de estar macio e com brilho, encontra-se com aspecto de cabelo bagunçado e fora de controle. Os cachos não se definem, em casa está arrumadinho, quando saio para trabalhar, somem tudo e o volume então, nem se fala!
Com essa sensação de derrota, pela milionésima vez acessei a internet para buscar algo bom. E por acaso te achei. Percebi respeito, seriedade e profissionalismo no que você escreveu. Li várias coisas em seu blog durante 2 horas e é claro, em especial sobre quebra do cabelo. Para minha surpresa descobri que meu cabelo cai porque existe a quebra e não a queda, pelos seguintes motivos:
- lavo o cabelo com água quente a muito quente,
- durmo com cabelo molhado,
- não corto a cada 2 ou 3 meses, só quando a coisa está demais de horrorosa,
- molho o cabelo para abaixar o volume antes de sair de casa e no decorrer do dia.
Depois que li o seu blog, lembrei que:
- dos vários fios que caem alguns têm o pontinho branco,
- meu cabelo tem o tal nozinho embolado em alguns fios (atualmente não vejo tanto devido à insistência nas hidratações).
Percebi
que nesses seis meses de "abstinência" meu cabelo está cheio de
pedaços, em cima próximo à raiz está repleto de fios novos e viçosos e
embaixo aqueles cachos lindos reapareceram (até me emociono).
Gostaria de sugerir como tema no seu blog que estratégia deveremos usar para avaliar se um profissional é bom mesmo.
Agradeço a criação do cabelos e sonhos, agradeço a você! Que pena que você atende em Belo Horizonte.
Você reacendeu a minha vontade de levantar a bandeira branca da paz com os meus cabelos!
Atenciosamente,
Inês."
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Este email foi enviado pela leitora Inês Grain, e pelas palavras sinceras em bem escritas (não mudei um acento sequer) pedi a permissão dela para publicar o email. Por que? Porque, por mais que façamos o melhor, nunca agradamos a todos e sempre tem quem queira nos desmotivar.
Pensei em várias vezes em excluir este blog por dar muito trabalho escrever o certo, levar conhecimento, preocupar com a necessidade das pessoas sem ganhar nada com isso e ainda ter que aturar alguns que só aparecem para ser a "pedra no meio do caminho" como diria Carlos Drummond de Andrade.
E para os que perguntam: o que você ganha com o blog? Eu digo: vê este email? Eis o meu salário!