Postado dia 05 agosto 2013

O Bom e o Mau Profissional Cabeleireiro




Olá leitores do Cabelos E Sonhos.

Em todas as áreas existem bons e maus profissionais e não seria diferente dentro dos estabelecimentos de beleza, e mais precisamente em relação a cabeleireiros. Vamos abordar esse assunto e dar algumas dicas que podem fazer com que você não se perca nas palavras e nas más intenções de profissionais.

O que será que a minha irmã acha de mim hein???


Não estou aqui para apontar o dedo e dizer quem é bom ou quem é ruim. E não estamos para falar de quem está começando na profissão ou de quem ainda não tem domínio sobre certos tipos de trabalhos.


Isso não é ser mau, é ter ainda pouca experiência. Acham que estou livre de errar? Estão enganados! Eu também erro!

Entretanto existem aqueles que viram na profissão de cabeleireiro uma oportunidade de ganhar dinheiro com certa "facilidade" e aproveitando do conhecimento que tem em detrimento das pessoas que não entendem da área, fazem por onde dominarem as pessoas e enganá-las.

Antes de ser cabeleireiro trabalhei em uma empresa de ônibus onde havia um mural gigante no pátio, e todos os dia o letrista, Ancelmo, colocava uma frase, uma palavra inspiradora. Lembro que uma delas era do Jack Welch, CEO da GE (General Eletrics) e dizia:

"Sempre dou uma ou duas chances a pessoas com problemas de desempenho. Nunca dou chance a pessoas com problemas de alinhamento de valores". (Jack Welch)

O fato é que isso era anos de 2002/2003, eu nem era cabeleireiro ainda, mas nunca me esqueci dessas palavras.

Alinhamento de valores...

Alinhamento de valores...

Isso ficou dentro de mim.

Outro exemplo que também tive e tenho é do bispo Renato Cardoso, escritor do livro Casamento Blindado, que certa vez disse:

"O travesseiro mais confortável do planeta é uma consciência tranquila". (Bp. Renato Cardoso)

A mais de 1 ano atrás eu falei sobre como identificar se o profissional é bom ou não, diferentemente dessa matéria que você está lendo onde estamos falando de ética, então confira:



Eu sou do tipo "turrão" como disse uma leitora uma vez. Isso porque não troco de roupa para oferecer ao cliente um outro salão se ele insistir para eu fazer um trabalho que sei que não é lícito ou que irá danificar o cabelo dele e trará consequências mais graves.


Talvez você profissional que esteja lendo essa matéria diga: "mas eu preciso ganhar dinheiro, tenho minhas contas, meus compromissos"... E eu? Eu também tenho.

E garanto que não é com enganação e "esperteza" que você conseguirá subir. Eu vi, pessoalmente, profissional que junto em pouco tempo, eu diria que 1/3 do que tenho de profissão, meio milhão de reais, e veio a perder tudo. TUDO!

Tudo o que plantamos colhemos.Se você engana hoje, amanhã será enganado, ou colherá de alguma forma. O plantio é gratuito mas a colheita é obrigatória!

O bom profissional é aquele que antes de tudo se preocupa com sua dignidade, ética, boa imagem, que tem comprometimento com valores e princípios, que não se vende.

E eu posso falar de não se vender. Vocês acham que com um blog que tem centenas de milhares de acessos por mês não recebo propostas financeiras que contrariam o que acredito? Deixa quieto...

Vejam se tem propagandas por aí no blog... Recentemente veiculei uma propaganda de uma linha de produtos da barra inferior do blog, e por não concordar com o que a linha diz eu postei uma matéria falando que o produto não fazia o que prometia.

O mau profissional é aquele que vê que o cabelo está quebrando, a pessoa reclama que não aguenta os fiozinhos para cima e ele aproveita a onda e logo oferece uma progressiva, e se possível com formol que engana que é uma beleza.

Daí a pessoa sai de lá com o cabelo lisinho, brilhante....e PODRE!

Outro não é quando chega alguém que não tem muito cuidado com o cabelo e já logo relata que fez uma coloração daí não gostou e fez "umas luzes" e que não gostou também e por isso resolveu escurecer tudo de novo. E isso às vezes em menos de 1 ou 2 semanas.

Daí a pessoa diz que quer fazer luzes novamente e está lá o profissional deixando claro para ela que "o cabelo pode quebrar e que ela tem que estar ciente disso", a cliente concorda e todos correm para o abraço. O cabelo quebra um bocado mas ele já tinha advertido e ela, bom, ela parte novamente para a busca de um novo profissional, e ele perde mais uma cliente.

Já perdi muita cliente! E tem algumas que estão lendo essa matéria e rindo, pois chegaram aqui no salão onde trabalho em Belo Horizonte/MG querendo fazer isso e aquilo e ouviram um não seguido de um "seu cabelo precisa disso e isso antes e não vou mexer nele sem antes fazer isso e dar a ele condição", rs.

Pessoas que aprenderam a dar mais valor ao próprio cabelo, e acabaram ficando, como vou dizer, com a beleza mais aparente, pois já eram bonitas, mas escondiam isso nas suas frustrações.

Em suma, o bom profissional sabe que não perde por ser honesto, por negar trabalho que sabe que não será benéfico para a saúde do fio, por crescer mais devagar porém com qualidade.

O mau profissional sabe que está fazendo errado, e o medo dele é de mudar e perder a clientela. O medo é de fazer o que é certo e a pessoa procurar outro salão ou até mesmo fazer com outro profissional que trabalha no mesmo salão que ele.

O engraçado é que normalmente as pessoas que atendo não fazem com outro nem a pau, rsrs.

Aos profissionais: estou com vocês colegas que se empenham em fazer de nossa profissão algo divertido e gostoso de exercer sem se venderem por dinheiro ou fama.

Às pessoas clientes: honestidade e ética não se encontram em qualquer esquina. Valorize o profissional que valoriza você como ser humano acima de tudo.



Sobre o autor:

Marlon Bruno é cabeleireiro desde 2004 e atua na região metropolitana de Belo Horizonte/MG. Já atendeu também em salões pelo Brasil. Como professor de cabeleireiro formou dezenas de alunos no início de sua jornada e já ministrou cursos para profissionais experientes. Como blogueiro compartilha conhecimento através das matérias e faz do blog sua sala de aula.