Postado dia 26 dezembro 2018

Como fiz a transição capilar




A transição capilar foi muito difundida de 2010 para os dias atuais. Aqui vou contar como foi minha experiência, Marlon, e o que fiz para poder mudar minha rotina capilar. Dificuldades e recompensas. O que mudou?



Primeiramente, quem me acompanha nas redes sociais, seja Facebook ou Instagram, percebeu com o tempo a mudança do meu cabelo. Sim, o cabelo espetado, ou as vezes espigado nas pontas deu lugar ao mais natural.

Então quero aproveitar e deixar aqui o convite para você seguir lá, basta clicar nas palavras a seguir: Fanpage do Facebook e Instagram @cabelosesonhos. Fique por dentro do dia a dia do salão e rotina minha.

Bom, essa matéria eu iniciei no começo de 2017, mas somente hoje eu resolvi escreve-la totalmente e publica-la. Por que? Pelo fato de que fiz progressiva no meu cabelo pela última vez em Novembro de 2016 e achei que 4 meses depois era muito pouco para falar.

Bom, acho melhor contar um pouco do que eu fazia de química no cabelo. Muita gente não tem ideia do quanto ou de quantas químicas eu fiz no cabelo. Por isso vou contar aqui uma ponta do antes.

Me tornei cabeleireiro profissional em inicio de 2004. Nunca tinha feito química alguma no cabelo. Fios enrolados, sem forma, e pouca experiencia prática em alisamentos . Em 2006 fiz minha primeira química: relaxamento de Tioglicolato de Amônia. Fiquei em êxtase!

Passados alguns meses, experimentei o hidróxido de sódio, com base forte, a famosa pasta. Meu cabelo ficou muito fino, alisou demais, e não lembro se fiz novamente, se fiz foi mais uma única vez e ponto. Já estava satisfeito, mas então resolvi fazer um teste: hidróxido de guanidina. Pronto! Eureka!

Daí foram quase 10 anos fazendo alisamento de guanidina no cabelo, no máximo de 2/2 meses, afinal, cabelo estava sempre curto e quando nascia mais de 1cm o cabelo já não ficava bom para arrumar.

Agora começa a história (verídica) da minha transição.

Antes de continuar, quero aproveitar para deixar aqui o link de uma matéria que fiz sobre Transição Capilar, quando eu já tinha 8 meses que estava tentando me livrar da química por completo. E incrível, minha própria matéria, me ajudou, rs:


Em Março de 2015 fui para Curitiba/PR para atender lá (lembrando que moro e atendo em BH/MG). Naquela ocasião eu iria fazer o relaxamento no dia da viagem, um sábado. 

Mas por a agenda lotada no salão não permitir, acabei não conseguindo fazer, fui do salão direto para o aeroporto, e fiquei na cidade até terça feira, com um detalhe: fui muito chateado por não estar indo com o cabelo "bem arrumado" para me apresentar para as clientes que iria atender.

Foi exatamente aí que a ficha caiu. Ninguém tinha ligado se eu estava com o cabelo penteado ou não, o importante era eu ter feito o melhor trabalho para elas naquele dia. Foi o estopim. Eu abandonaria o relaxamento definitivamente.

No mês seguinte voltei à mesma cidade, não alisei novamente, e me senti com a mesma segurança. O cabelo cresceu, ficou complicado, eu não estava mais acostumado a ter que passar mais do que uma simples pomada no cabelo.

Em Julho de 2015, fiz então uma progressiva. Ah, importante frisar que nesses 9 anos de alisamento, houve vezes que alisei o cabelo e fiz progressiva por cima do alisamento (sério, a dependência por um perfil estético leva as pessoas a sempre querer mais).

Daí em diante passei a fazer progressiva de 4/4 meses em média. Mas o bacana, o diferente vem agora. Sabe aquelas dicas que sempre dei por aqui? De tratar o cabelo semanalmente, lavar menos, usar leave-in, óleos... Passei a fazer no meu cabelo o que eu indicaria para mim mesmo se eu fosse o cliente.

Tratei, cauterizei, comecei a lavar menos (hoje, em média, 2x semana), e todos esses procedimentos faço até hoje. Mas por que, já que o cabelo de homem é curto?

Então, a questão é que com o crescimento da moda de barbearia, e a volta dos cortes topetudos da década de 20, 50, 60 por aí, eu quis usar o cabelo maior. Assim, meu cabelo que sempre ficava na altura dos 2 a 3 dedos, hoje às vezes fica com o triplo disso fácil, isso quando minha franja não bate na altura da boca.

Sendo assim, é muito necessário ter cabelos tratados. Afinal eu estou sem química alguma desde Novembro de 2016, quando fiz progressiva pela ultima vez, ou seja, meu cabelo hoje é virgem, natural. Enrolado, encaracolado eu diria, pois ele anela mesmo. E eu gosto do topetão né, então escovo o cabelo todos os dias, imagina como ter um cabelo assim sem danificar.

Portanto, o ritmo mais básico que posso explicitar aqui sobre a mudança, ou transição, do meu cabelo, de químico para natural é: alisamento > alisamento com progressiva > alisamento > progressiva > tratamento > escova > corte. Exatamente nessa ordem.

Tive que aprender a escovar meu cabelo, a tratar ele, a saber a hora certa de usar um leave-in ou óleo para escovar, dependendo de como iria usar o cabelo, para que assim, o cabelo com química fosse saindo ao ser cortado e o cabelo que nascesse natural não ficasse tão estranho.

O tratamento no dia a dia, em casa e no salão foi mais que essencial. Em casa hidratando, e no salão fazendo uma cauterização de tempos em tempos.

Inclusive eu fiz por essa época uma matéria sobre como tratar o cabelo em casa, com passo a passo e os detalhes que fazem diferença, até mesmo para profissionais. Confira:


Então se liga nessas dicas básicas sobre uma transição mais tranquila:

  1. Não atrase mais seu resultado: se você decidiu mudar então não fique de tempos em tempos fazendo "só a raizinha" pois dá na mesma que continuar com a química;
  2. Invista em tratamento pesado: você gastava com químicas não é? Então agora invista em tratar os fios, afinal fios bem tratados ganham maciez, brilho e até ficam mais disciplinados;
  3. Escovar não é problema: isso mesmo, pois as vezes a transição causa grande diferença entre natural e processado, a escova deixa menos nítido, mas o importante é que o cabelo está natural e quando molhar ele volta ao natural. Por isso a importância do passo 2 acima;
  4. Corte regularmente: isso fará com que seu cabelo esteja bonito esteticamente, e você pode cortar pouco a cada 3 meses a fim de que quando chegar a hora você possa cortar tudo que tem química ou mesmo cortar grandes partes com o passar do tempo, caso não seja sua vontade de diminuir seu cabelo de uma só vez.

Aqui eu relatei um pouco mais sobre meu conhecimento prático e minha experiência sobre a Transição Capilar, afinal, embora eu já tivesse uma grande experiência ajudando os outros a fazer o processo, passar por ele é bem legal e dá pra entender melhor quem passa por isso, afinal, não são somente os momentos mas os sentimentos enfrentados também.

E sua experiência como tem sido, ou como foi? Vai entrar nessa? Deixe seu comentário.



Sobre o autor:

Marlon Bruno é cabeleireiro desde 2004 e atua na região metropolitana de Belo Horizonte/MG. Já atendeu também em salões pelo Brasil. Como professor de cabeleireiro formou dezenas de alunos no início de sua jornada e já ministrou cursos para profissionais experientes. Como blogueiro compartilha conhecimento através das matérias e faz do blog sua sala de aula.